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    Uma compreensão do comportamento animal foi, desde tempos imemoriais, não só valioso mas também necessário de forma a potenciar a exploração de animais em cativeiro ou domesticados. A interpretação do comportamento animal por pessoas, concerteza ligadas à natureza, foi provavelmente intuitivo e basearam a domesticação e criação nesse conhecimento intuitivo. Só muito recentemente é que esta área foi obecto de estudo sistemático. A etologia aumentou o nosso conhecimento geral do comportamento animal e consequentemente rejeitou muitas considerações que atríbuiam falsamente sentimentos e motivações humanas a animais. Estudos comparativos de diferentes espécies, e também comparações entre humanos, revelaram muitas semelhanças básicas bem como diferenças significativas. A familiaridade com uma espécie em particular, os seus padrões de comportamento e a percepção das suas necessidades tornam-se imperiosos e são pré-requisitos para quaisquer programas de protecção animal e para o seu tratamento adequado. Cada tipo de animal possui o seu comportamento adquirido, instintos e reflexos, mas através da repetição de experiências alguns comportamentos podem ser modificados e assim adaptá-lo a um ambiente particular ao qual vai ser integrado.

 

O Efeito Rebanho

 

    As ovelhas são ruminantes herbívoros e como outros ungulados vivem em rebanhos. Estes tendem a ficar na mesma área. O efeito rebanho é muito forte nestes animais. Se alguns indivíduos iniciarem uma fuga ou corrida veloz todos os outros inevitavelmente seguem, independentemente de obstáculos ou perigos adiante, tais como um precipício. É virtualmente impossível separar parte do grupo e atraí-lo numa direcção diferente ou separar um indivíduo dum rebanho em corrida. Os borregos alimentados a biberão e criados em contacto próximo com humanos tendem a considerá-los como parte do rebanho. Quando as ovelhas pressentem perigo, estão assustadas e recorrem à fuga o rebanho é cada vez mais apertado. Esta é a razão pela qual os cães pastores são usados em rebanhos.

 

Ingestão

 

    As ovelhas utilizam grande parte do dia, 8 a 12 horas, a comer. Pastam e estão mais activas de manhã e novamente ao fim da tarde, sempre movimentando-se em frente. Os períodos de pastoreio são seguidos de descanso e ruminação. A segunda mastigação demora cerca de 8 a 10 horas e é feita em 8 a 15 vezes. Ingerem plantas próximas do solo, preferindo umas às outras de acordo com o cheiro e sabor. Evitam áreas contaminadas por fezes, comportamento característico de animais de pasto e explicado provavelmente pelo decurso da evolução, já que a maioria dos parasitas do canal digestivo é transmitido na sua forma imatura pelas fezes do hospedeiro. Aparentemente estes animais defecam onde quer que estejam, cerca de 8 a 10 vezes ao dia, e assim distribuindo os seus conteúdos de forma igual pelo pasto.

 

Rivalidades e Comportamento durante o cio

 

    A maioria das ovelhas europeias entram em cio no Outono, altura em que algum desassossego se instala no rebanho. Os carneiros, especialmente, iniciam competição, carregando uns nos outros a alguma distância e de cabeça baixa . Estas lutas ocorrem, geralmente, sem ferimentos ou com ferimentos ligeiros. Por vezes os carneiros atacam as pessoas, situação que se pode tornar séria, especialmente se o fazem por trás sem a sua atenção. Uma forma de tentativa de prevenção deste hábito é coçar o carneiro na garganta, não na cabeça.

 

Mãe e Filho

 

    A rapidez da ligação entre ovelha e borrego é impressionante logo após a nascença do último. A fêmea imediatamente vira-se para o seu recém-nascido e lambe-o vigorosamente, e após algumas horas o borrego já encontrou o úbere da mãe e mama o colostro. Inicialmente a fêmea reconhece o borrego pelo cheiro, mas mais tarde podem fazê-lo pelo som ou visualmente. A ovelha não deixa outros borregos mamar e o mais certo é empurrá-los. Pode acontecer uma ovelha que deu à luz gémeos rejeitar um. Nos primeiros dias os borregos mamam cerca de 16 vezes por dia durante 2 minutos. Passado algum tempo a ovelha afasta-se após mamarem 10 ou 20 segundos. Enquanto mamam os borregos abanam a caudam furiosamente, presumivelmente para estimular a mãe a cheirar os seus traseiros. O laço que os liga, mãe e filho, diminui após algum tempo e alguns meses depois desaparece.

 

Brincadeiras

 

    Todo o mundo provavelmente já viu e sentiu alegria ao ver os borregos a saltar e a brincar num dia primaveril. Os saltos altos e as corridas energéticas são um sinal das necessidades de movimento que estas criaturas têm. Em antecipação das capacidades que serão necessárias no decorrer da sua vida as brincadeiras dos borregos caracterizam-se por simular lutas, comportamentos sexuais ou até a curiosidade de descoberta.

 

Uma Característica Comportamental Invulgar

 

    Ao colocar uma ovelha num local estranho, numa posição estranha (de traseiro para cortar os cascos) ou se se encontrar deitado de costas ele ficará quieto nessa posição durante um longo período, sem sequer se querer colocar de pé. Por vezes animais tímidos, vendo-se capturados, deitam-se no chão e permanecem aí faça o que fizer com eles, recusando inclusivamente levantar e andar. Este comportamento é visível quando tosquia os animais ou administra medicamentos.

 

Social

 

    Um facto notável sobre as ovelhas é que todos os membros de um rebanho fazem sempre a mesma coisa ao mesmo tempo sem que um indivíduo esteja em aparente liderança. Ao contrário das cabras, as ovelhas entendem-se perfeitamente e de forma pacífica. Estas mantêm-se em contacto no rebanho através de balidos, ovelhas e borregos balindo alto e ansiosamente quando separados. Animais isolados procuram outros animais e devido a esta grande necessidade de contacto, por vezes outro tipo de animal pode ser aceite como substituto, e também porque animais isolados são extremamente nervosos e temerosos, deve-se sempre ter pelo menos dois indivíduos juntos.   

    
 

Etologia

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